24 de junho de 2013

[FANFIC] - CAPÍTULO 39: ANYTHING COULD HAPPEN


Camila pov.
Encarei meu jantar mais uma vez. Não sentia um pingo de fome, mas sabia que precisava comer. Minha cabeça doía e eu sentia que a qualquer momento ela poderia explodir. Andei até a pequena mesa que havia ali e comi o máximo que pude, o que na verdade foi bem pouco. A comida simplesmente travava na minha garganta.
Depois de comer, segui até o banheiro e tirei minha roupa. Precisava urgentemente de um banho quente. Olhei meu reflexo no espelho e vi o quão deplorável era meu estado. Digno de pena. Enxuguei uma lágrima teimosa que corria pela minha bochecha e fui até o box, ligando o chuveiro e tomando meu banho.
Fechei os olhos ao sentir a água quente no meu corpo. Aquilo foi como um calmante, não levou nenhum dos problemas embora, mas me fez sentir mais leve.
Saí do banho e vesti o primeiro pijama que vi, indo até a sacada em seguida. Olhei para a cima e observei a lua cheia. A noite estava incrivelmente estrelada e eu sorri com a visão, mas o meu sorriso não durou muito. Não conseguia manter o sorriso, não hoje. Ainda estava tudo muito nítido na minha mente.
A verdade, é que não há uma hora, em muito tempo, que eu não pense em Lauren.
Me abracei numa tentativa falha de espantar o frio e nesse momento, vi uma estrela cadente atravessar o céu. Ponderei entre fazer um pedido ou não e acabei escolhendo por fazê-lo. Fechei os olhos e pedi com todas as minhas forças para que toda essa dor passasse, apesar de saber que isso não irá acontecer.
Suspirei e entrei, indo em direção a cama, me cobri e encarei o vazio antes de fechar os olhos e tentar dormir novamente.

Lauren pov.



Nojo. Essa palavra resumia tudo o que eu sentia nesse instante. Me sentia suja, desprezível. Ninguém no mundo poderia entender o ódio que eu sentia por mim mesma nesse momento.
Eu ainda estava na sacada, de onde eu observava Camila escondida. Me quebra o coração vê-la tão triste, e isso me corrói mais ainda por saber que eu sou a culpada.
Queria pega-la no colo, dizer-lhe que ficará tudo bem, transferir toda a sua dor para mim, mas eu não posso.
Não posso por quê ao invés de estar mergulhada em seus braços, eu estava afogando as mágoas com aquelas malditas garrafas de bebida, procurando um modo de tira-la da minha mente, mesmo sabendo que é impossível.
Entrei e sentei no chão, encolhendo-me enquanto soluçava durante meu choro. Deus, essa angústia nunca vai passar?!
Eu tinha vontade de gritar, de correr até o quarto de Camila e implorar para que ela me aceitasse de volta, para que ela me amasse.
Meu corpo implorava por qualquer contato de Camila, e não é como se isso fosse algo consciente, por quê não é. Eu simplesmente preciso dela tanto quanto preciso de oxigênio. Talvez até mais.
Eu já aceitei o fato de que estou irrevogavelmente apaixonada pela minha campanheira de banda e melhor amiga, mas nunca é fácil lidar com isso. Ainda mais quando as coisas insistem em ser tão complicadas.
Enxuguei as lágrimas que pude e segui até o banheiro, tomando um banho rápido. Me enxuguei e vesti apenas uma camisa velha e um short qualquer logo depois. Desisti da ideia de dormir e fui tentar comer.
Eu estava faminta, já que não havia comido nada hoje. Devorei quase tudo ali rapidamente. Terminei minha refeição e apaguei as luzes me sentando na cama em seguida.
Hoje seria uma daquelas noites em que a minha consciência me torturaria de todas as formas possíveis.

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