22 de agosto de 2013

[Filme] A Dama de Ferro:


A Dama de Ferro apresenta a história de Margaret Thatcher usando a velha fórmula de mostrar a protagonista já idosa e, a partir de suas lembranças, exibir seus feitos do passado. Uma tática explorada à exaustão em cinebiografias, como Piaf – Um Hino ao Amor, ressaltada ainda por outro truque: colocar um personagem querido, e já falecido, para conversar com a pessoa retratada. É este o papel de Jim Broadbent, que impõe um tom cômico e provocador ao seu Dennis, marido de Margaret. Junta-se à receita de bolo uma trilha sonora clichê e pronto, eis um filme absolutamente igual a tantos outros. Pior: sem a capacidade de explicar de forma convincente a complexidade da época em que Thatcher governou.

Os principais eventos do final dos anos 70 e da década seguinte até são apresentados, com rápidas citações e cenas reais da época, captadas pela TV. Era um cenário bem diferente do atual, onde o duelo capitalismo x socialismo ainda imperava. A crise econômica vivida pela Inglaterra é simplificada e até bem apresentada através de comparações envolvendo responsabilidade fiscal (assunto macro) com orçamento doméstico (assunto micro). Tudo para aproximar o espectador a um tema dificil, de forma a também justificar sua baixa popularidade imediata. Situação revertida logo em seguida, com o sucesso na Guerra das Malvinas e a imediata consagração patriota.

é Meryl Streep quem dá brilho ao filme. Sua primeira aparição, envelhecida graças à excelente maquiagem, surpreende. É através de seu modo de falar, dos trejeitos ao andar e se mover, que percebe-se que a atriz fez um minucioso trabalho de personificação em relação à verdadeira Thatcher. Coisa de perfeccionista mesmo, de buscar o detalhe para ser o mais idêntico possível. Entretanto, trata-se de um trabalho técnico. Extremamente bem feito, mas que não emociona.


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